Como as soluções do futuro estão ajudando a desenvolver a infraestrutura da Colômbia?

Por Daniella Miranda – Presidente da Dow na Região Andina & Diretora do negócio de Coatings & Monomers para América Latina

Após mais de cinco décadas marcadas pela violência e pelo conflito armado, recentemente a Colômbia deu início a um novo capítulo de sua história, representado pela assinatura do acordo de paz definitivo entre o governo e as FARC (Forças Armadas Revolucionárias de Colômbia), em 2016.

Um dos desafios desse novo período é justamente reinventar a economia do país e levar desenvolvimento para inúmeras regiões assoladas pelo confronto, que necessitam de estabilidade socioeconômica. Isso porque, além do fator da insegurança em si, a violência freou dois setores importantíssimos da indústria colombiana: a infraestrutura e a agropecuária.

Visando colocar um ponto final em um atraso que se prolongou durante décadas, governo, empresas e organizações sociais estão trabalhando em conjunto para impulsionar a indústria local, elevando seu potencial para tornar-se mais competitiva e produtiva.

Para se ter uma ideia, uma viagem de avião de Bogotá à Cartagena leva cerca de 1h30, enquanto que, por vias terrestres, chega a 18 horas. Esse é apenas um dos inúmeros reflexos da falta de infraestrutura no fluxo de transporte de cargas e pessoas pelo país. Se somarmos diversas situações como essa, podemos notar custos elevados e nada competitivos incorporados aos produtos e serviços colombianos, fora o impacto na qualidade de vida da população.

Nós, da Dow, temos uma preocupação inerente aos nossos negócios: impulsionar a América Latina e desbloquear o potencial da região para enfrentar os desafios com soluções inovadoras. No caso da Colômbia, começamos um trabalho há 4 anos para entender toda a cadeia de valor e estamos desenvolvendo tecnologia de ponta em larga escala, levando soluções cada vez mais resistentes e eficientes para projetos e parcerias público-privadas.

Em Putumayo, uma das zonas mais afetadas pelo conflito, desenvolvemos junto com a Sumicol Corona uma tecnologia SPF exclusiva para estabilizar o solo das vias terciárias, que são aquelas que levam conectividade entre povoados e comportam a circulação cotidiana dos habitantes. Hoje, a solução já apresenta benefícios de resistência e durabilidade e tem potencial de exportação para Índia, Estados Unidos e Europa.

Com o projeto Aulas Verdes, estamos utilizando plástico reciclado para construir salas de aula, unindo duas grandes necessidades: tornar a indústria do plástico circular e sustentável e a construção de mais escolas. Este tipo de iniciativa combina interesses de negócios com um impacto social positivo, ajudando o país a retomar seu crescimento na direção certa.

Além dos desafios já citados, minha atuação à frente das operações na Colômbia também tem muito a ver com desenvolvimento de novas lideranças: é a primeira vez que uma mulher é presidente regional da Dow na América Latina e, por isso, quero fazer um bom trabalho que inspire e abra espaço para outras profissionais. Este é o poder da representatividade. Neste sentido, me envolvi especialmente na criação de um grupo de mulheres líderes de grandes empresas do setor petroquímico no país.

Acredito que o mercado colombiano une o que a Dow tem de mais valioso para deixar como legado, já que nossa missão é criar soluções que transformem o futuro e estimulem a criação de um mercado cada vez mais disruptivo e colaborativo. Ainda há muito a fazer e a possibilidade de crescimento é enorme, mas sobretudo quando combinamos nossas especialidades complementares para vencer os desafios latino-americanos.